quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A VOZ POÉTICA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA - DF



MARANATA *




Porque são irrevelados nossos amanhãs,
atemorizam-me os dias fechando os anos.
Gostaria que inexistissem, mas impossível.
Hoje faço a travessia numa caverna sem luz dos Apalaches.
Ouço palavras do silêncio, sinto os dedos suaves do vento no meu rosto,
vento que nada sei do nascimento e de onde está chegando,
se dos Andes, dos Urais, do Himalaia, das areias ardentes do Saara.
Encontra-me submerso nos dezembros do passado do Ceará – Mirim,
Olhos no verde do canavial, no azul do manto da Virgem Maria.
Encontra-me afundado nas lembranças das novenas,
quermesses animadas, humildes diversões,
jovens encantadoras, vestidos longos, rendilhados,
feitiços da amada Ariadne parecendo raios louros do luar.
E quando a luz sumia deitando a cidade na total escuridão,
era a fosforescência estelar que orientava meus caminhos.
No regresso à Rua Grande via fluir claros de velas e lampiões ainda acesos.
Regressava, como no poema à caverna sem luz dos Apalaches para,no meio de ventos e silêncios, repetir  um canto  em aramaico interminável:
Maranata, Maranata...

.

*Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 16, versículo 22.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PROGRAMA JOVEM SENADOR NO RIO GRANDE DO NORTE - 2014




PROJETO JOVEM SENADOR E CONCURSO DE REDAÇÃO DO SENADO FEDERAL
O Programa Senado Jovem Brasileiro, criado por meio da Resolução nº 42, de 2010, engloba o Projeto Jovem Senador e o Concurso de Redação do Senado Federal. O nome síntese Jovem Senador é utilizado para referir-se ao conjunto das atividades do Programa.
                O Jovem Senador é um projeto anual, que proporciona aos estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, de até 19 anos, conhecimento acerca da estrutura e do funcionamento do Poder Legislativo do Brasil.
               A cada ano é proposto um tema de redação como forma de ingresso. A legislatura tem duração de três dias e inicia com a posse dos jovens senadores e a eleição da Mesa. Os trabalhos são encerrados com a redação dos autógrafos, aprovação dos projetos e a consequente publicação no Diário do Senado Federal. Esses projetos, após aprovação das comissões do Senado podem virar leis nacionais.
              Para participar, as instituições de ensino são convidadas a promover um concurso de redação interno entre os alunos e ter enviado o melhor texto à correspondente Secretaria de Educação na data correspondente ao concurso. A Secretaria seleciona três melhores redações e envia ao Senado Federal, que escolherá então, o Jovem Senador de cada Estado. O tema de 2014 foi “Se eu fosse Senador...”. Os autores das 27 melhores redações – um por unidade da Federal – serão automaticamente selecionados para vivenciar, em Brasília, o processo de discussão e elaboração das leis do País, simulando a atuação dos Senadores da República. Outros prêmios também estão previstos para alunos e escolas.
             O projeto conta com o apoio do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e das secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal.
             No Rio Grande do Norte o Programa Senado Jovem acontece desde o ano de 2008.
             Em 2014, os três vencedores selecionados pela comissão do Estado do Rio Grande do Norte e que, tiveram seus trabalhos enviados para a última etapa de seleção no Senado foram.
. JOSÉ DO PATROCINIO DANTAS NETO
Titulo da redação: Se eu fosse Senador...
Escola Estadual Monsenhor Amâncio Ramalho
Cidade: Parelhas – 9ª DIREC
. JOSEFA JANAÍNA CAVALCANTE
Titulo da redação: Caso fosse Senadora
Escola Estadual Amaro Cavalcante
Cidade: São Tomé – 4ª DIREC
. LUAN FERNANDES ANSELMO
Titular da redação: Educar para crescer
Escola Estadual Aristofanes Fernandes
Cidade: Santana dos Matos – 8ª DIREC

             Em 2014, quem viaja representando o Rio Grande do Norte é o jovem de 17 anos, José do Patrocínio Dantas Neto, da Escola Estadual Monsenhor Amâncio Ramalho da cidade de Parelhas. E, pela primeira vez, o Professor Orientador também participará do evento, em atividades paralelas. Assim, a Professora, Inácia Lúcia de Medeiros  acompanhará o Jovem Senador do Rio Grande do Norte.
           A Cerimônia de premiação e posse dos vencedores regionais e nacionais, será acompanhada pela Coordenadora do PJS no Estado, a Professora Geralda Efigênia Macedo da Silva. O referido evento acontecerá no dia 18 de novembro no Senado Federal em Brasília/DF.

domingo, 9 de novembro de 2014

SENTADO EM CINZAS - ARTIGO



      Públio José – jornalista



                        Uma dos aspectos mais marcantes e conhecidos na vida de Jó, do ponto de vista popular, diz respeito à sua paciência. Tanto é assim que virou ditado corrente a expressão que diz “fulano tem a paciência de Jó”. Outra faceta também realçada é a que aponta para a sua pobreza. Daí que, popularmente, é costume também se dizer “mais pobre do que Jó”. Logicamente, muitas pessoas usam a citação por ouvir falar, sem atentar nem conhecer a história real do personagem. Em primeiro lugar, Jó não era pobre. Ao contrário. Era riquíssimo para os parâmetros da época. A comprovação está na Bíblia, no livro que leva seu nome, conforme registrado no capítulo primeiro, versículo terceiro: “Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal a seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente”. Como se vê...
                        Acontece que um dia Jó ficou pobre. Não somente pobre como miserável. Extremamente miserável. O capítulo 2, versículo 8, diz: “Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se”. Era tudo que lhe restara: cinzas e cacos. Os bens já perdera; a família também (a morte levara os dez filhos), com exceção da esposa; a condição de líder; o status de pessoa admirada e acreditada como bom empresário, além da saúde. Esta, de maneira inexplicável, colocara-o em estado lastimável e estabelecera-lhe uma rotina extremamente dolorosa. Um manto de tumores malignos tomara conta do seu corpo “da planta do pé até o alto da cabeça”. A solução para descansar, diante da impossibilidade de usar cama convencional, foi acomodar-se em cinzas. Os amigos sumiram, o horizonte encurtou-se – a ponto de não vislumbrar mais nenhuma solução para a vida – e a mulher passou a jogá-lo na direção do suicídio.
                       Além dessas, outras conclusões podem ser tiradas da leitura de sua saga. O “sentado em cinzas” revela, primeiramente, a vergonha social que sobre ele se abateu, e, em segundo lugar, o raquitismo empresarial e material a que chegou. As cinzas não representavam apenas um lenitivo para seu corpo coberto de tumores, mas a realidade que se instalara em sua vida. Afinal, o que são cinzas senão o resultado da queima de objetos sólidos, palpáveis, concretos, transformados em pó pela combustão da vida? Em Jó tudo virou cinzas. Seu patrimônio, dignidade, condição social, sonhos – e o pior: a saúde. A solidão também lhe pesava bastante. E, como empresário, concluíra: sentado em cinzas era o mesmo que sentado em nada. De tudo que perdeu só não perdeu a fé. Esta permaneceu firme. Segurar-se à fé foi a ponte que construiu, apesar de tudo, para atravessar seus dias de homem doente, falido e abandonado.
                       Como Jó, atualmente, tem muita gente sentada em cinzas. Vida sem sentido, oprimida, tornada pó. Rotina angustiante e vazia. A saída? Voltar-se para Deus. É o que se conclui da história de Jó. Dos amigos só recebeu acusações; da esposa exortação para amaldiçoar a Deus e, em seguida, abraçar a morte. A única ponte a segurar Jó em vida foi a ponte da fé. Em Deus – seu Redentor. O capítulo 19, versículo 25, registra o seu brado: “Porque eu sei que o meu Redentor vive...”. Esta confissão levou-o a vencer o desejo de morte e o manteve convicto de que outros dias lhe estavam reservados. Tempos depois, família restaurada, saúde restabelecida, teve de volta, dobrado, o seu patrimônio. “Porque veio a ter quatorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas”, segundo o capítulo 42, versículo 12. Eis o verdadeiro Jó e sua plenitude. Alçado a ela somente pela fé. Pela fé. Somente.






sexta-feira, 7 de novembro de 2014

GOVERNO CREDITARÁ PAGAMENTO DE PROFESSORES TEMPORARIOS NESTE MÊS.


No mês de maio a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura iniciou a convocação de professores temporários para atuarem em todo o RN. Essa medida foi utilizada para suprir as necessidades de cumprimento das aulas onde os professores efetivos tivessem de ser afastados por garantias legais, como, por exemplo, licenças.
A SEEC dava início a um longo processo administrativo, tendo em vista os trâmites legais que a pasta deveria atender para oficializar cada um dos novos professores. Vencida estas demandas, a Educação informa que ainda no mês de novembro será realizado a primeira etapa do pagamento, com efeito retroativo, de todos os vencimentos acumulados desde o início das aulas. A expectativa é de 500 profissionais recebam até o fim de novembro, sendo que todos os convocados receberão até o fim de dezembro.

Até o término do ano, a Secretaria de Educação estará empenhada em realizar todos os pagamentos com seus credores. “É um compromisso firmado pela nossa gestão em reconhecimento a cada pessoa que contribui por meio de seus serviços com a Educação do RN. Temos a certeza que todos nós estamos trabalhando com essa meta”, declarou a advogada Yraguacy Araújo, chefe de gabinete da Educação.
 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

FESTIVAL LITERÁRIO DE NATAL - FLIN

              Com  inicio hoje, (6) e seguindo ate o dia oito (8) de novembro de 2014, na Praça Augusto Severo, Auditório do Colégio Salesiano e exposição no Parque da Cidade o Festival Literário de Natal, realizado pela Prefeitura Municipal do Natal, por meio da Fundação Capitania das Artes/FUNCARTE. Essa atividade literária abre os festejos do natal em Natal.
    Nomes consagrados da literatura nacional, potiguar e, muita cabeça pensante em debates envolventes estão confirmados.
   O Festival  terá abordagens que transitam entre o romance e  a memória, passando pelas biografias e ícones nacionais e potiguares, a arquitetura e vida editorial de Oscar Niemeyer e ainda o ineditismo em Natal da apresentação do espetáculo lítero-musical “Outra Hora da Estrela – Uma homenagem a Clarice Lispector”, além de uma exposição inédita do Instituto Moreira Sales.
Além dos grandes nomes das letras nacionais, teremos os potiguares que destacamos a seguir: Carlos Fialho, José de Castro, José Acaci, Juliano Freire, Regina Azevedo, Clotilde Tavares, Rafael Duarte, Sheyla Azevedo, Vicente Serejo, Carito Cavalcanti, João da Rua, o editor Abimael Silva, o poeta Falves Silva, Pablo Capistrano e Pedro Cavalcanti, todos com reconhecida arte no cenário rio-grandense do norte.
PROGRAMAÇÃO
5ª feira - 06/11/2014
Na Tenda dos Escritores hoje quinta-feira, (6)  “Concerto Leitura” com Ronaldo Correia de Brito. Ronaldo é um grande contista e romancista, dramaturgo, documentarista e psicanalista.
  “Espaço do Professor Leitor”, no auditório do Colégio Salesiano São José, haverá recitação da poesia “O Sonho Maluco", do livro "O reino dos bichos”, de José Acaci, com Vívian Silva Araújo (3 anos de idade). No mesmo espaço, após a recitação da poesia, acontece a mesa “Os meus segredos com Capitú”, uma conversa com a mineira Ana Elisa Ribeiro.
Ela aborda questões de leitura, produção de textos e produção editorial, que fazem parte do universo de toda pessoa que convive num mundo letrado. Esse tema permeia todas as crônicas publicadas no livro "Meus segredos com Capitu", da escritora mineira Ana Elisa Ribeiro, lançado em 2013 (Jovens Escribas).
Depois, às 15h45, tem “Uma leitura literária que mexeu com a minha cabeça”, com Miriam Dantas de Araújo, Manuel de Azevedo e Pablo Capistrano. Será uma conversa envolvendo dois escritores e uma professora que é leitora voraz. Cada um relatará a sua experiência com uma obra literária que marcou a sua vida de leitor. A apresentação sensível de três textos comoventes e dos seus respectivos autores, certamente, mobilizará os ouvintes a pensarem.
No Espaço Moacy Cirne, na Praça Augusto Severo, às 17h30, tem “Uma nova ficção: narrativas sobrenaturais potiguares”, com o editor Cleudivan Jânio (Editora CJA) e os autores  Raniere Lopes e Rafael Marques.
Rafael Marques debate seu livro “Encontro Paranormal” onde traz uma atmosfera sufocante em meio ao desconhecido. Já Ranieri Lopes, autor de “A queda – O livro da Prisão”, conta uma história envolvendo um submundo habitado por grupos de anjos rivais. Ambos os autores foram publicados pela editora CJA.
         Às 18h30 chega a vez do projeto “Vidas potiguares: biografias de Newton Navarro, Carlos Alexandre e Jesiel Figueiredo”, com José Correia (Editor da Caravela Cultural), Luana Ferreira , Sheyla Azevedo e Rafael Duarte (autores).
A proposta da editora Caravela Cultural para 2014 é das mais louváveis: reunir alguns dos melhores nomes do jornalismo local e produzir biografias de alguns vultos históricos de enorme envergadura e importância.
Debates literários na Tenda dos Escritores
A partir das 19h30, na tenda dos Escritores, começam as mesas literárias e os debates. O primeiro tema será “Oscar Niemeyer: arquitetura e literatura, duas artes em diálogo”, com Guilherme Wisnik e mediação de José Gaudêncio.
A mesma habilidade com a qual desenhou croquis e curvas de concreto, o mestre da arquitetura moderna, Oscar Niemeyer, escreveu contos, relatos, memórias, crônicas e romances que o revelaram um escritor exímio no trato da palavra.
A escrita leve e envolvente está presente em obras como Quase Memórias: Viagens, Casas onde morei, Sem rodeios, O ser e a vida, Rio: de Província a Metrópole, Trecho de Nuvens, As Curvas do Tempo: Memórias, Diante do Nada, entre outros. Para conduzir essas interfaces artísticas na obra de Niemeyer, estará nada menos que um estudioso de sua obra, o urbanista, também arquiteto e filósofo Guilherme Wisnik.
A segunda mesa da noite traz o tema  “Poesia: do modernismo ao pós-tudo” , com Arnaldo Antunes, Francisco Bosco e Antônio Cícero. Trata-se de três poetas-letristas que transitam entre o popular e o erudito, na canção e no verso, estarão debatendo a poesia brasileira sob o prisma das vanguardas, do modernismo ao concretismo, do pós-modernismo a Augusto de Campos e o Pós-Tudo.
Definindo-se com um “operário da palavra”, Arnaldo Antunes é sim um artista múltiplo. Poeta, compositor, músico, performer, o ex-Titãs é influenciado pelas ideias dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, e sempre fez poemas com preocupação visual e musicalidade.
A partir das 20h30 tem a última mesa do primeiro dia do Festival Literário de Natal, envolvendo Literatura e música em performance no “Musicapoesia”, com Adriana Calcanhotto e Cid Campos.
A cantora e compositora Adriana Calcanhotto sempre inseriu em seu repertório material proveniente da poesia escrita, ao lado de letras de sofisticada feitura. O poeta, músico e produtor Cid Campos, por sua vez, tem-se especializado na área da poemúsica, um diálogo que começou com “Poesia é Risco” (1995), ao lado de Augusto de Campos, e continuou em seus CDs - solos, “No Lago do Olho” (2001), “Fala da Palavra” (2004), “Crianças Crionças” (2009) e “Nem” (ainda a ser lançado), com textos seus e de outros autores.
Juntos estarão apresentando algumas de suas composições voltadas à musicalização de poesia, que vão do “nonsense” de Lewis Carroll e Edward Lear, do pós-simbolismo inovador do baiano Pedro Kilkerry e do português Mário de Sá-Carneiro, ousando poéticas radicais como o concretismo de Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, até as mais novas contribuições da geração de Antonio Cícero e Arnaldo Antunes. “Musicapoesia” é uma espécie de ao show apresentado pela dupla apenas uma única vez em 2007, também aqui em Natal.
6ª feira - 07/11/2014
A partir das 14h, na Tenda dos Escritores, tem “Concerto Leitura II”, com Ronaldo Correia de Brito. Trata-se da segunda parte do “Concerto Leitura” dedicado aos jovens, com o romancista e dramaturgo Ronaldo Correia de Brito, em parceria com o músico e compositor Tomás Brandão e instrumentistas convidados.
Neste encontro, o autor do premiado romance Galileia fará novas leituras de narrativas curtas, além de abordar os processos de pesquisa e criação dos diversos gêneros literários – conto, romance, crônica, poesia e teatro. Os músicos também conversarão sobre o trabalho de criação musical para o teatro, a dança, o cinema e sobre a adaptação musical da prosa.
Ao mesmo tempo, dentro do “Espaço do Professor Leitor”, no auditório do colégio Salesiano São José, tem o  debate “Autores norte-rio-grandenses e suas obras”, com Carlos Fialho , José de Castro, Juliano Freire e Regina Azevedo.
Será um encontro de escritores potiguares de diferentes estilos, alguns que publicam por editoras locais e outros por editoras de fora do estado. São autores consagrados pelos textos poéticos e/ou em prosa, cujas produções estão voltadas seja para o público infantil e juvenil ou para leitores mais autônomos.
Consistirá numa oportunidade para cada um abordar sobre o seu processo criativo, traços característicos dos seus trabalhos, influências e últimos lançamentos.
Logo depois, às 15h45, tem “Da leitora à escritora: Uma vida entre livros”, com Clotilde Tavares (RN). Será uma conversa com quem foi criada numa casa cheia de livros, numa época em que não havia televisão. O que poderia fazer uma criança a não ser ler? Assim foi a infância da escritora Clotilde Tavares, que narrará como passou de leitora a escritora, e conta como foi e continua sendo a sua vida rodeada de livros.
Na Tenda Literária Moacy Cirne, a partir das 17h30, tem “Diversidade contemporânea: três vozes da literatura atual”, com o editor David Leite (Editora Sarau das Letras) e os autores: Ana de Sales (romance), Damião Nobre (crônica) e Leonam Cunha (poesia).
Às 18:30 tem “Nosso amigo Moacy Cirne”, com o editor Abimael Silva (Editora Sebo Vermelho) e Falves Silva (poeta). O editor e proprietário do Sebo Vermelho, Abimael Silva, nos contará algumas das muitas e divertidas histórias que colecionou nos muitos anos de convivência de Moacy Cirne.
Debates Literários da segunda noite
A partir das 19h30, a segunda noite de debates literários reúne Eucanaã Ferraz, Francisco Alvim e Humberto Hermenegildo.
Eucanaã Ferraz é Professor de literatura brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de diversos livros de poesia, como Martelo (1997), Desassombro (2002), Rua do mundo (2004) e Cinemateca (2008), e do volume Vinícius de Moraes (2006), na coleção Folha Explica.
Organizou os livros Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes (2004) e Nova antologia poética (2008), também de Vinicius, Letra só (2003) e O mundo não é chato (2005), de Caetano Veloso, além da antologia Veneno antimonotonia (2005).
Francisco Soares Alvim Neto ou simplesmente Chico Alvim, é poeta e diplomata brasileiro. Iniciou sua carreira no exterior como secretário da representação do Brasil junto à Unesco, em Paris. Foi cônsul-geral do Brasil em Barcelona (1995-1999) e na Holanda (1999-2003).
Seu primeiro livro — Sol dos cegos (ed. do autor) — é de 1968. Junto de Antonio Carlos de Brito, Cacaso, marcava o aparecimento da primeira geração de poetas “pós-vanguardas”. Seguiu-se o livro Passatempo (Rio Frenesi, 1974) e O Corpo fora (Duas Cidades, 1988). Viveu um período em Brasília onde participou de movimentos de poesia marginal, tendo sido o organizador da célebre antologia Águas Emendadas (1977). Em 1988, a coletânea Poesias reunidas lhe rendeu outro Prêmio Jabuti.
A segunda noite termina com o espetáculo lítero-musical “Outra Hora da Estrela – Uma homenagem a Clarice Lispector”, com início às 21h30, reunindo um timaço formado por Jussara Silveira (intérprete), Sacha Ambak (piano), Marcelo Costa (percussão); Muri Costa (violão) e João Miguel Wisnik (narração) e  Eucanaã Ferraz (direção).
Outra hora da estrela é um espetáculo lítero-musical, adaptação do livro A hora da estrela (1977), a mais conhecida obra de Clarice Lispector. Aqui revezam-se a voz do narrador – em trechos escolhidos do livro – e canções brasileiras que ajudam a recontar a história e criar a atmosfera clariceana.
O espetáculo reconta a história de Macabéa, migrante nordestina em luta pela sobrevivência na cidade grande e, a um só tempo, o drama de seu narrador – máscara ficcional de Clarice –, que luta com a escrita para conseguir retratar um personagem distante de sua realidade socioeconômica. Além dos convidados, participam os músicos Sacha Amback (piano), Marcelo Costa (percussão) e Muri Costa (violão).
Sabado 08/11/2014
  Terceiro e último dia da edição 2014 do FLIN começa às 15h, com a apresentação de “Crianças Crionças”, de Cid Campos.  O poeta, músico e letrista continua aqui seu trabalho de musicalização da poesia, desta vez debruçando-se no universo infantil.
Poemas de Edward Lear (1812-1888) e de Lewis Carroll (1832-1898) traduzidos por Augusto de Campos, pai de Cid, formam o núcleo de Crianças Crionças, o show-disco que já foi apresentado em vários palcos brasileiros. Nesta ciranda-constelação, rodam ainda poemas do próprio Augusto, de Haroldo de Campos (1929-2003), de Luis Turiba, de Paulo Leminski (1944-1989) e de Walter Silveira.
Na tenda “Literária Moacy Cirne”, a partir das 16h, tem “Poesia Submersa: poetas e poemas do RN”, com Gustavo Luz (Editora Queima Bucha) e o autor Alexandre Alves.
          Às 17h30 é a vez de  “Vidas vividas à margem: Marinho Chagas e Valdetário Carneiro”, bate papo com Aureliano Medeiros (Editora Tribo) e os autores Paulo
Nascimento e Luan Xavier
O jornalista Paulo Nascimento (um dos autores do livro “Valdetário Carneiro – A essência da bala”) e Luan Xavier, que escreveu a biografia de Marinho Chagas, um gênio de fim trágico e melancólico. Ambos conversarão com um dos editores da Tribo, Aureliano Medeiros.
Às 18h30 a programação apresenta “A história que vira histórias: acontecimentos do passado que renderam narrativas”,bate-papo com Carlos Fialho (Editora Jovens Escribas) e os autores Pablo Capistrano e Pedro Cavalcanti.
Na Tenda dos Escritores, a partir das 19h30, tem “Século XX: o Século de Ouro da poesia portuguesa e brasileira” , com Gastão Cruz e Fernando Luís Sampaio (Autores/portugal) e  César Ferrario (Ator).
 “Não é vida a imagem que se move”, desvenda o poeta português Gastão Cruz (Faro/Portugal, 1941) no livro ”Observação de verão seguido de fogo” (Móbile Editorial), obra recente com o qual é finalista deste ano do Prêmio Portugal Telecom de Literatura. Seus versos concisos e imagéticos bebem na fonte do teatro e da performance e são fontes límpidas para reflexão sobre o tempo e todas as suas implicações.
Fernando Luís Sampaio (Moçambique, 1960) estreou na literatura com a obra Conspirador Celeste (1981), ao qual se seguiram Sólon, Hotel Pimodan, Escadas de Incêndio e Falsa Partida, este último pela editora Assírio & Alvim, em 2005. Foi traduzido para o francês, espanhol, italiano, inglês e croata. Foi diretor do Festival Mergulho no Futuro (durante a Expo' 98) e do IPAE (Instituto Português das Artes do Espetáculo, atual Instituto das Artes).
Cesar Ferrario é ator desde 1993, sendo um dos fundadores dos Clowns de Shakespeare. Com o grupo, já atuou em trabalhos como O Sonho de uma Noite de Verão, Noite de Reis, Megera do Nada, Muito Barulho por Quase Nada, Roda Chico e O Casamento do Pequeno Burguês. No fazer teatral também tem como interesse a gestão e funcionamento de grupos de Teatro.
Após consolidar sua carreira no teatro, César Ferrario vem experimentando, desde 2013, a atuação na televisão. Trabalhou em alguns projetos da Rede Globo e viveu personagens marcantes, como o matador de aluguel Bigode de Arame, da minissérie Amores Roubados, e a novela das 23h O Rebu.
A partir das 2030 tem  “Maringhella, o guerrilheiro que incendiou o mundo”, com o jornalista carioca e escritor Mário Magalhães.  A vida de Carlos Marighella (1911-69) foi tão frenética quanto surpreendente. Militante comunista desde a juventude, deputado federal constituinte e fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura militar - a Ação Libertadora Nacional -, esse mulato de Salvador era também um profícuo poeta, homem irreverente e brincalhão.
O jornalista Mário Magalhães debruçou-se durante  anos na investigação minuciosa das várias facetas do biografado. Reconstitui com realismo desconcertante passagens pela prisão, resistência à tortura, operações de espionagem na Guerra Fria e assaltos da guerrilha a bancos, carros-fortes e trem-pagador.
Mas também recupera a célebre prova de física respondida em versos no Ginásio da Bahia e poemas de amor. Isso sem negligenciar a influência internacional de Marighella e seu Minimanual do guerrilheiro urbano, guia que correu o mundo e virou cult nos anos 1960. Traduzido para dezenas de idiomas, é tido hoje como um clássico da literatura de combate político.
A partir das 20h30 tem Jorge Mautner, com “Do Kaos ao Caos”, ao lado de Ben Gil.  Trata-se de um bate-papo e concerto lítero-poético-filosófico com Jorge Mautner (RJ, 1941) e o músico Ben Gil. Autor da trilogia literária conhecida como “A Mitologia do Kaos” (Deus da chuva e da morte, Kaos, Narciso em tarde cinza), Mautner publicou várias obras e compôs grandes sucessos musicais, como O vampiro, Maracatu atômico, Lágrimas negras, Samba dos animas
Abre espaço para Luis da Câmara Cascudo, com citações à sua obra, além de refletir sobre o pensamento de Gilberto Freyre, Evangelho de São João, José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Nietzsche, Machado de Assis, Sigmund Freud, Heráclito, São Paulo, Caetano Veloso, Castro Alves, Mallarmé, Baudelaire, Padre Antonio Vieira, Frei Caneca.
Ainda dentro do Festival Literário de Natal está a inédita exposição (em Natal) “A Escrita dos Gestos”, do Instituto Moreira Salles. Ela ficará no Parque da Cidade, Memorial Natal.
A mostra fotográfica, com curadoria de Paulo Roberto Pires, exibe 21 retratos de 16 escritores (com a participação especial de um compositor, Dorival Caymmi, cujo centenário de nascimento é comemorado em 2014). São imagens feitas por fotógrafos do acervo do Instituto Moreira Salles, como Marc Ferrez, Maureen Bisilliat, Edu Simões, Otto Stupakoff e Alécio de Andrade. Entre os retratados, estão Jorge Amado, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado, Ferreira Gullar, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende, Machado de Assis, Euclides da Cunha e Ana Cristina Cesar.
fonte: vivicultura.blogspot.com