sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DISCURSO DE DESPEDIDA DO ESCRITOR EDUARDO GOSSON DA PRESIDÊNCIA DA UBE-RN


Ilustríssimo Senhor Presidente eleito da UBE-RN – Escritor Roberto Lima
Meus senhores,
Minhas Senhoras
Iniciado  pelo poeta Lívio Oliveira o processo de  reorganização da UBE-RN no ano de 2006, precisamente em 23 de março quando um grupo de intelectuais (Anna Maria Cascudo Barreto, Carlos Gomes, Eduardo Gosson, Manoel Onofre de Souza Junior, Nelson Patriota, Pedro Vicente da Costa Sobrinho, Racine Santos) reunidos na Academia Norte – Rio – Grandense de Letras- ANL deu o ponta-pé inicial  numa terceira tentativa já que as anteriores não foram eficazes (14 de agosto de 1959 e novembro de 1984). Faltando três meses para concluir o seu mandato, Lívio renunciou. Assumi interinamente por esse curto período, até ser confirmado para um mandato à frente da Diretoria Provisória (2008-2009), depois eleito para um mandato (2010-2011) e depois reeleito (2012-2013).
“Eu sou eu e as minhas circunstâncias” afirma o escritor espanhol Ortega Y Casset. Nunca um pensamento foi tão preciso em relação a uma situação como a que vivo de uns tempos para cá. Como é sabido de todos  os que fazem Cultura no RN, enfrentei no plano pessoal atropelos que desestabilizariam muitos: a perda de três tios no segundo semestre de 2011 ( Jamyles, José e Jorge), da minha mãe e, em 2012, após 12 anos de luta contra a dependência química em dois filhos, a morte de um deles – Fausto - em circunstâncias trágicas: a cocaína quebrou-lhe todos os seus ossos e aumentou 50 quilos a mais depois de morto, o que obrigou-me a encomendar um caixão especial. Atualmente, luto para salvar o outro – Thiago que tem o mesmo problema. Também fui afetado por uma doença incurável até hoje – o Mal de Parkinson.
Mesmo assim não desanimei e continuei a batalha de reconstrução do órgão de representação de classe dos escritores e a militância em  prol da Cultura.  Por esse motivo, nesta despedida não poderia deixar de enumerar o que fiz com ajuda dos meus confrades e confreiras da Diretoria.  Paulo Freire (mestre de todos nós), diz: “Ninguém faz nada sozinho”.Eis, em síntese, a  minha prestação de contas:













1.1.  Ações Administrativas

- Encaminhei ao 2º Ofício de Notas de Natal o registro da UBE-RN em 01/12/2008, obtendo a legalização da entidade em 13/04/2009A UBE-RN está registrada sob o nº 7.093.

- Na Receita Federal obtive o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ 11.034.721/0001-39).
- Na Caixa Econômica (agência Ribeira) abri conta corrente: Agência 0033 –       OP             003 – C/C 874-0

- Encaminhei a filiação de 90 escritores, contando hoje a UBE/RN com 140 associados.
- Encaminhei    pedido de Utilidade Pública Municipal (Lei Municipal 5.935/2009)

-Encaminhei pedido de Utilidade Pública Estadual l (Lei Estadual  9.321/2010)
-Encaminhei através de Resolução a criação do Prêmio Escritor Eulício Farias de Lacerda, sendo o seu primeiro ganhador Paulo Caldas Neto, jovem revelação da Literatura Potiguar

- Encaminhei pedido de Utilidade Pública Federal (em tramitação)

-Celebrei convênio com a Caixa Econômica Federal para pagamento da anuidade da UBE através de Boleto Bancário

1.2. Ações Organizativas

- Organizei o I Encontro Potiguar de Escritores – 1º EPE (Março, 2008);
- Organizei o II Encontro Potiguar de Escritores – 2º EPE (Outubro,2009);
-Organizei o III Encontro Potiguar de Escritores – 3º EPE (Outubro de 2010);
-Organizei o IV Encontro Potiguar  de Escritores –4º EPE (Outubro de 2011);
-Organizei  o V Encontro Potiguar de Escritores – 5º EPE (Outubro de 2012).

1.3. Ações  Políticas

- Participei da Audiência Pública  na Assembléia Legislativa(19.10.2008), debatendo o Livro e a Leitura Literária, que resultou na Lei nº 9. 169/2009 (Promoção da Leitura Literária nas Escolas Públicas);

-Aprovei a Carta de Natal  (I EPE);

-Aprovei a Carta do  Encontro Potiguar de  Escritores (IV EPE);

-Aprovei a Carta do Encontro Potiguar de Escritores (V EPE)
-Desenvolvi a Campanha em defesa da biblioteca pública Câmara Cascudo
-Idealizei, em parceria com o Tribunal de Justiça, a Campanha de Valorização do Autor Potiguar (2010)


1.4. Ações de Comunicação

- Encaminhei a  criação de um site para a entidade (www.ubern.org.br) que está em rede desde 02 de dezembro de 2009;

-Encaminhei a criação de um blog para a UBE, sob a responsabilidade da escritora Lucia Helena, diretora de divulgação da entidadeblogdaubern.blogspot.com.br  na INTERNET desde de novembro de 2011;

-Encaminhei  o Plano Editorial da UBE/RN  (editorei 15 livros ), criando cinco Coleções de Autores Potiguares a saber: Coleção Antonio Pinto de Medeiros (poesia), Coleção Bartolomeu Correia de Melo(prosa), Coleção Enélio Petrovich(memória e história), Coleção Deífilo Guregel (Ensaio) e Coleção Nati Cortez (infanto-juvenil).

-Encaminhei a recriação do jornal O Galo (no momento em busca de captação de recursos. Projeto aprovado na lei  Djalma Maranhão);

-  criei o selo editorial Nave da Palavra.

- encaminhei a criação  da  Revista do Escritor Potiguar



Meus senhores,
Minhas Senhoras,

Nem tudo é  só realizações. Deixo a Presidência da UBE-RN com algumas frustrações 01. Não ter viabilizado a publicação do jornal O Galo por falta de patrocínio: a  elite econômica não é a elite intelectual, infelizmente. Aprovado na lei Djalma Maranhão até hoje não consegui o apoio necessário para viabilizar; 02. não ter editado a obra completa do escritor Eulício Farias de Lacerda conforme prometi; e 03. Uma pendência com a Receita Federal que multou a UBE por não ter declarado o Imposto de Renda (lapso de memória). Tentei resolver este problema, indo à Receita quase 10 vezes (o que daria uma novela) e nada: a primeira vez após passar uma manhã quando fui ser atendido o sistema saiu do ar; a segunda, a burocrata não aceitou o documento que levei do contador por que faltava uma letra da inscrição profissional do CRC; a terceira por ter chegado com 05 minutos de atraso devido ao trânsito; na quarta tentativa tive meu carro multado pela STTU; na quinta... com certeza é o pior órgão do Serviço Público brasileiro.

Durante esses 06 anos sob a minha administração, a UBE-RN teve a transparência da lágrima. Tudo feito às claras: entrego ao meu sucessor uma entidade sem dívidas e com dinheiro em caixa. Se não fiz mais foi porque  não pude, afinal  “interditados estavam  o poema, a aurora e o seu fluir” como afirmou o poeta maior de Angicos/RN- Jarbas Martins em seu Contracanto. Resta-me o consolo do poeta e filósofo português Miguel Torga: “quem faz aquilo que pode, faz o que deve”. Missão cumprida!
Cidade do Natal/RN, 26 de Dezembro de 2013
Eduardo Gosson
Ex- presidente da UBE/RN

SOLENIDADE DE POSSE DA NOVA DIRETORIA DA UBE/RN, OCORRIDA ONTEM, 26-12 - 2013 NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS.

Transcrito na íntegra do blog da UBE. www.ubern.blogspot.com

ESCRITOR ROBERTO LIMA DE SOUZA
PRESIDENTE ELEITO E EMPOSSADO ONTEM- 26-12-2013, EM SOLENIDADE CHEIA DE BRILHANTISMO LITERÁRIO, PRESTIGIADA POR ESCRITORES E REPRESENTANTES DE DIVERSAS ENTIDADES.
O NOVO PRESIDENTE RECEBENDO O CARINHO DOS NETOS
 MOMENTO DA ASSINATURA DO CONFRADE CARLOS GOMES, MEMBRO DO CONSELHO FISCAL DA UBE/RN.
DIÓGENES DA CUNHA LIMA - PRESIDENTE DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS E MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA UBE/RN, QUE FEZ A SAUDAÇÃO DE ABERTURA, ENTRE OUTRAS COISAS, ENALTECENDO A MEMÓRIA DO DR. MANOEL RODRIGUES DE MELO, DE SAUDOSA MEMÓRIA, NESTA FOTO, COM A ESCRITORA E CONFREIRA GERALDA EFIGÊNIA, INTEGRANTE DO REFERIDO CONSELHO.
O LARGO SORRISO DO PRESIDENTE
MANOEL MARQUES FILHO, SEGUNDO VICE-PRESIDENTE DA UBE/RN, COLHE A ASSINATURA DE ALUÍZIO MATIAS DOS SANTOS, MEMBRO DO CONSELHO FISCAL.
JOSÉ DE CASTRO, GERALDA EFIGÊNIA E JANIA SOUZA
NA MESA DE HONRA: ROBERTO LIMA DE SOUZA, EDUARDO GOSSON, VALÉRIO MESQUITA
MARIA RIZOLETE FERNANDES, LIVIO OLIVEIRA E O PRESIDENTE DA CASA
ALUÍZIO MATIAS, DAVID LEITE E PAULO CALDAS NETO.
CONFRADES E A REPRESENTANTE DA EDUCAÇÃO
CONFRADES E O ESCRITOR E POETA, CAPITÃO DE MAR E GUERRA- LUCIMAR LUCIANO DE OLIVEIRA
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI - PRESIDENTE DO INSTITUTO NORTE-RIO-GRANDENSE DE GENEALOGIA E O DR. CARLOS MORAIS DOS SANTOS, ESCRITOR PORTUGUÊS, EM SEUS 06 MESES EM NATAL, UM QUERIDO CONFRADE DA UBE E IHG/RN.
EDUARDO GOSSON, VICE-PRESIDENTE DA UBE;RN, PROFERINDO A SUA EMOTIVA SAUDAÇÃO.
O PRESIDENTE EMPOSSADO EM SUA BELÍSSIMA EXPLANAÇÃO E AGRADECIMENTOS
ESCRITORES
CONFRADES SUZANA GALVÃO E EDUARDO GOSSON
DIULINDA GARCIA, MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA UBE E PEDRO LINS
MANOEL MARQUES FILHO E LEDA VARELA - PRESIDENTE DA AJEB/RN
ESCRITORES
MEMBROS DA UBE/RN
 ESCRITORES
 
ESCRITORES
ESCRITORES
 
ALUÍZIO MATIAS, MANUEL MARQUES FILHO, SUZANA JÁCOME GALVÃO, IVAM PINHEIRO, LEDA VARELA E ZELMA BEZERRA.
 
 SELMA CALAZANS RODRIGUES, EDUARDO GOSSON, CARLOS MORAIS DOS SANTOS, MALU E RUBENS AZEVEDO (PRESIDENTE DA SOCIEDADE DE DENTISTAS ESCRITORES
UMA PARTE DAS AUTORIDADES PRESENTES
                                      

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

MENSAGEM RECEBIDA DE PAULINHO E IVONÁ


Amigos por demais queridos, tenho-os em meu coração. Obrigada pela mensagem, Deus os abençoe.

Acróstico de Natal - Feliz Natal para meus Amigos

Acróstico de Natal e boas festas
F ormam-se nuvens de esperança num céu de bondade,
E m cada coração há uma enorme desejo de felicidade e alegria!
L ares se iluminam numa magia sem qualquer maldade,
I niludível, apenas o amor engrandece este lindo e peculiar dia...
Z elando totalmente pela nossa total paz e harmonia!
N o íntimo de cada um de nós está o sentimento mais puro,
A quele que norteia o significado verdadeiro da comemoração,
T  odos sabem que Jesus é o nosso salvador e o porto seguro,
A quarela de todas as emoções num só bondoso coração,
L ibertando em todos nós os termos da sublime doação!
A legria em cada rosto sem mascarar a tristeza,
M udanças de atitudes e gestos de solidariedade,
I nquietação vestida da mais simples e calorosa nobreza,
G uardando em cada Ser o sentindo da sua própria verdade,
O riginando a fagulha da mais verdadeira e sincera felicidade,
S omamos nossas expectativas numa única vontade: PAZ
Autora Mariluci Carvalho de Souza

Nasceu o Menino Jesus é Natal

Na história da humanidade
Ainda no ventre materno, foi perseguido
Sendo protegido por Maria e José,veio ao mundo
Criançinha recém-nascida, recebeu muitas visitas
Entre elas os Três Reis Magos.
Uma multidão de pastores e pessoas da redondeza.
O tempo passou e o menino cresceu
Mesmo sendo ele o filho de Deus
Entre os homens Jesus viveu
Na sua maior idade
Iniciou a sua peregrinação
Nos mais longínquos lugares
Onde passava deixava as lições de Deus!
Jesus um dia caiu nas mãos de Pilatos
E o povo descrente pedia- lhe punição
Seu pecado foi amar o próximo
Uma tarde sexta-feira, morreu crucificado
Subiu aos céus junto do seu pai eterno.
É nesta data tão especial que comemoramos
Na terra o nascimento do filho de Deus
Ao menino Jesus peço que renasça entre nós
Tão pouco mais é tudo que precisamos no momento
A  harmonia, a união e o amor entre os homens
Levando a humanidade a paz!


Att,

Paulinho & Ivoná

 

A VOZ POÉTICA DE NATALIA OLIVEIRA FARIAS - NATAL/RN

  • Toda noite é dia.

     Hoje á noite vou te encontrar
     Pra te dizer aquelas coisas bonitas
     É noite de mais uma vez lamentar
     A falta que fizestes no meu dia.
    É sublime e adorável
     O jeito que te tenho nas mãos
     É lindo e inexplicável,
    como de modo tão indireto
    Continuas habitando em meu coração.
    Você é meu poema
    Eu sou teu escritor
    Encontrando-te nesses poucoa versos
    Sigo, enganando esse pobre autor.

sábado, 21 de dezembro de 2013

A VOZ POÉTICA DE ROBERTO LIMA DE SOUZA -NATAL/RN

A NELSON MANDELA - IM MEMORIAM.









 UM HOMEM CHAMADO PAZ
  Poema à Memória Bendita de Nelson Mandela
  by Roberto Lima de Souza 


  Um dia, a paz despojou-se das convenções humanas
  E foi nascer, de novo, vestindo pele negra, 
  No hemisfério sul, no continente mais negro
  Deste mundo de meu de Deus...
  É que a paz se cansou de ser branca no hemisfério norte,
  Onde surgiram, meu Deus, as grandes guerras, 
  Embora tantos por lá tenham sempre buscado a paz, 

  Tenham sempre sonhado com a paz, sempre ela, 
 Vestida de branco e sempre bela... 
 A paz, porém, naquele extremo sul, não foi reconhecida
 Porque estava vestida de negro E os que governavam,
 Iguaizinhos aos homens do outro hemisfério,
 Imaginavam que ela, a paz,
  Nascesse branca, dócil e subserviente ao regime
 Que apartava os homens pelas diferenças de cor... 

 E a paz, tomando as dores da sua prima-irmã, a igualdade, 
Precisou endurecer-se na vida para poder lutar
 E enfrentar as duras injustiças sofridas pelos seus irmãos,
 Só porque tinham a mesma cor da sua pele... 

 E porque defendia direitos iguais para os seus,
 Foi a paz considerada subversiva
 E, por longos vinte e sete anos, banida, 
 Privada do convívio dos seus...

 E a paz, então, começou a cantar pela voz dos seus irmãos de cor 
 E de todas as outras cores que tem o amor...
 E o seu canto foi ouvido pelo mundo inteiro, 
 Do hemisfério sul ao hemisfério norte, 
 Porque o canto da paz é um grito que vence o furor;
 Que não teme a força bruta, que não teme mesmo a morte... 

 E tão forte foi o canto da paz 
Que, um dia, num dia de muita claridade, 
Mandela, que nasceu livre, 
 Reencontrou a liberdade
 E, a ela, de mãos dadas, fez esquecer a ideia de norte e sul: 
Vestiu-se com as cores todas da diversidade,
 E, entre os homens de pele branca e de pela escura,
 Passou a conviver no coração de todos
 Com o nome de fraternidade, 
Até que, um dia, foi chamado, de novo, de paz,
 Nos braços do Pai de toda a humanidade...

 Natal, 6 de dezembro de 2013.

NATAL SEM FAUSTO GOSSON - UM AMOR INFINITO!


FAUSTO E SEU PAI EDUARDO GOSSON
NATAL SEM FAUSTO GOSSON
 Por Eduardo Gosson 

 Natal é tradicionalmente o mês da família e das crianças, simbolizado no Menino Jesus. Este Natal será o mais melancólico da minha vida: no meu presépio falta um menino bom - Fausto - que partiu aos vinte oito anos, vítima de uma sociedade que está perdendo a guerra para as drogas (recentemente aqui bem perto, no Uruguai, o governo liberou o uso da maconha). Abrem-se as portas para o império do Mal. Em nome de uma pretensa liberdade total, proclama-se a legalização como forma de controle das atividades criminosas. Esquecem esses falsos intelectuais que nunca leram um Graciliano Ramos: “liberdade total não existe: começa-se preso pela sintaxe e muitas vezes termina-se numa Delegacia de Ordem Política Social – DOPS”. O Brasil não fez ainda o dever de casa: saúde, educação e segurança pública. Nada funciona neste país. Ao ver na comitiva presidencial que foi ao enterro de Nelson Mandela, Sarney, Collor, Fernando Henrique e Lula conclui-se que é tudo farinha do mesmo saco. Qual é o governo que compensará a solidão de um pai na Noite de Natal?

É POETA.

CONVITE




 O Presidente da União Brasileira de Escritores - UBE/RN - EDUARDO ANTÔNIO GOSSON, convida Vossa Senhoria e família para a Sessão Solene de posse da nova Diretoria da entidade, a transcorrer no dia 26 de dezembro, às 16h, no auditório da Academia Norte-Rio-Gradense de Letras - ANL, oportunidade em que a chapa A UNIÃO FAZ A FORÇA, liderada pelo professor Roberto Lima de Souza, assumirá para o biênio 2014/2015. 

 Local: ANL - Rua MIpibu, 443 - Petrópolis
 Hora: 16h 
 Data: 26.12.2013 (quinta-feira) 

 Presidente - com Eduardo Antonio Gosson

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL/RN, APROVA EMENDA QUE VALORIZA A LITERATURA DE CORDEL.




O plenário da Câmara Municipal de Natal aprovou, por ampla maioria, a Emenda da vereadora Amanda Gurgel que criou a ação de valorização da literatura de Cordel no PPA (Plano Plurianual) 2014-2017.
A proposta surgiu como resultado da I Semana do Cordelista realizada em Natal, e o objetivo da Emenda é preservar e disseminar o Cordel através de políticas públicas.
Por meio dela, por exemplo, será possível: Instalar Cordeltecas nas escolas; constituir uma Escola de Cordel; realizar a Caravana de Cordel; trabalhar o gênero como recurso pedagógico em temas transversais e campanhas educativas, entre outras iniciativas em apoio à difusão dessa prática da cultura popular.
A proposta da Emenda será viabilizada pelo remanejamento de 1% dos recursos alocados para investimentos culturais.
O único vereador presente que se absteve da votação foi o vereador Adão Eridan (PR).
Natal/RN, 19.12.2013
por e-mail - poeta Hegos

NATAL COMEMORA 115 ANOS DO MESTRE DA CULTURA - CÂMARA CASCUDO


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A ESCOLA DO CEARÁ -MIRIM/RN




José Lívio Dantas
Com o Spleen de Natal (Amarela Edições, 1996) e agora estes Ensaios Mínimos, Franklin Jorge doutora-se, por assim dizer, como um dos membros mais representativos da Escola do Ceará-Mirim. Já tive outra oportunidade, em circunstância jornalística, de aludir ao caráter comum que essa cidade do Rio Grande do Norte infunde em seus filhos, como humanistas e figuras de expressão nacional nas letras científicas, filosóficas, jurídicas, históricas e literárias propriamente ditas. E lembro-me, ao dedilhar das teclas, de Rodolfo Garcia, Juvenal Antunes, Edgar Barbosa, Nilo Pereira, Jaime Adour da Câmara, Padre Jorge O’Grady e Gerardo Dantas Barreto, uma plêiade em que não pode faltar o nome do cronista-mor Júlio Gomes de Senna com seu bem documentado Ceará-Mirim, Exemplo Nacional.
O traço característico dessa escola é a síntese que seus membros fazem do particular com o geral, da aldeia com o mundo, do detalhe com a macrovisão. Nisso são magistrais. Olham para o pormenor e vêem a paisagem; falam de sua querência – para nordestinizar esse bonito vocábulo gauchesco – e se universalizam; voltam-se para dentro de si próprios e redescobrem a humanidade. Não é sem razão que são chamados de humanistas, ceará-mirimente humanistas.
Dois capítulos nestes Ensaios Mínimos, entre dúzia e meia de outros, bastam para comprovar a díade particular-universal, aqui tão bem conjugada por Franklin Jorge: Meu Montaigne e Palmyra revisitada.
Do pensamento de Montaigne, em pouco mais de uma página, Franklin faz uma leitura perfeita, em sintonia com dois dos maiores intérpretes do autor de Ensaios: Sainte-Beuve no século passado e Merleau-Ponty em meados deste. Onde Sainte-Beuve diz: "Être homme, voilá sa profession", Franklin completa: "Seu ofício consiste em viver em plenitude a circunstância". E quando Merleau-Ponty destaca que o ceticismo de Montaigne tinha duas faces, significando que "rien n’est vrai, mais aussi que rien n’est faux", nosso autor arremata: "Chega a ser pirrônico em sua capacidade de duvidar das certezas. Sabe que o medíocre é dogmático e ignora a dúvida".
Em Palmyra revisitada, Franklin Jorge nos leva ao pequeno mundo de Palmyra Wanderley – a Cidade do Natal com suas praias Redinha, Do Meio, Areia Preta e seus bairros Alecrim, Refoles, Rocas, Tirol, Petrópolis. Por esses topônimos ela chega aonde chegaram Auta de Souza, Gabriela Mistral, Edna Saint Vincent Millay, Cecília Meireles, Florbela Espanca e Henriqueta Lisboa, cada qual em seu mundo próprio. Franklin sabe disso. E tanto sabe que não teme paragonar Palmyra com, por exemplo, a lusa Florbela. Pois quem não vê que ele estava pensando no soneto Rústica ("Um vestido de chita bem lavado,/ Cheirando a alfazema e a tomilho") quando se refere às “lavadeiras das Quintas” do soneto obra-prima da poetisa potiguar?

Partem, cantando, à luz das alvoradas,
Molhando os pés na relva dos caminhos.

“Sabiá que tivesse penas de ouro”, na imagem de Andrade Muricy, ou a “cigarra dos trópicos” segundo Agripino Grieco, Palmyra Wanderley encontra em Franklin Jorge seu cultor ideal, um escritor para quem um verso como “Molhando os pés na relva dos caminhos” soa com a mesma plasticidade e a mesma beleza eufônica de “Verlaine? Il est caché parmi l’herbe, Verlaine” de Mallarmé.
Outros Franklin Jorge pelo século vinte e um a fora certamente darão prosseguimento a essa vigília em torno da poesia de Palmyra. Como o faz com espírito e coração, com inteligência e sensibilidade nosso Franklin Jorge de hoje. Aliás, sua missão intelectual parece ser mesmo essa: velar com olho “proustiano” e “alado” por nossos deuses lares: Auta, Palmyra, Juvenal, Cascudo, Myriam, Edgar, Zila e Caldas, para mantê-los em posição simétrica com os que mais mereçam ser velados no plano particular como no plano universal, sem exclusão de um pelo outro. E note-se que ele é um ceará-mirimense de apenas dois meses de vida naquele jardim de Academos à margem de canaviais. Tempo que lhe foi suficiente para receber, no leite que mamou, seus melhores e mais autênticos eflúvios. Salvo seja.

*Prefácio de “Ensaios Mínimos” (Inédito)
— com Franklin Jorge.