segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A EXPRESSÃO LITERÁRIA DO ESCRITOR CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF

O Silêncio das Águas


“About, about, in reel and rout

The death-fires danced at night;

The water, like a witch’s oils,

Burnt green, and blue and white.”

S. T. Coleridge, in The Ancient Mariner*

Não estranho este silêncio, é meu velho conhecido.

Há muito, antes da chegada, nele submerso,

fui o fogo que queima ao redor para isolar-se,

vento errático, companheiro de nuvens sem destino,

água de rio sereno que beija margens quietas,

quarto minguante, noturna claridade.

Silêncio inesperado antigo como outrora,

outra vez afundo nas sombras do teu corpo,

embaças meu olhar com fetiches das cavernas de Netuno

para, emudecido devorar-me no abandono.

*Girando ao redor da noite

O fogo da morte dança;

Como óleos de feiticeiras

A água ferve verde, azul e branca.

S. T. Coleridge na Balada do Velho Marinheiro

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