quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CINCO ESCRITORAS, CINCO POTIGUARES E UM ESTILO EM EM COMUM: A POESIA

Republico na íntegra, a matéria feita pelo jornalista Yuno Silva, o mesmo, narra a trajetória de versos de cinco poetizas potiguares, capitaneadas pela escritora Marize Castro. Parabenizo em especial as amigas Leticia e Iara Carvalho.


Novas tecelãs do verso

Yuno Silva -repórter

Cinco mulheres, cinco maneiras de encarar o mundo com versos e uma coisa em comum: o desafio de se arriscar materializado no livro "Por cada uma" (Una) novo projeto editorial capitaneado pela poeta Marize Castro que será lançado nesta quarta-feira, às 19h, na creperia Sobradinho em Petrópolis (rua Mipibu, 684) - não por acaso o quartel general onde o livro foi gestado por Adélia Danielli, Iara Carvalho, Isabella Maia, Letícia Torres e Marina Rabelo, as cinco "vozes tecelãs" que costuram a coleção de poemas. Depois do lançamento o livro poderá ser encontrado nas principais livrarias da cidade por R$ 20.

Emanuel AmaralProjeto de capitaneado pela poeta Marize Castro compila obras de uma geração poética jovem e inspiradora. Por Cada Uma traz versos de Letícia Torres, Adélia Danielli, Iara Carvalho, Isabella Maia e Marina Rabelo.

Embalados por uma capa vermelha, os versos traduzem o encontro de cinco personalidades que até então mantinham certa timidez com os próprios textos. "Foi um desafio muito grande para cada uma topar participar desse projeto, não nos sentíamos segura. Marize falava muito pra gente: 'meninas, vocês precisam ter coragem para correr esse risco'", lembrou Isabella Maia, durante entrevista (coletiva) no Parque das Dunas, onde a TN encontrou quatro das cinco autoras na manhã de ontem.

Iara Carvalho, de Currais Novos, sentimentalmente conectada ao encontro, confirmou presença durante o lançamento e disse por telefone que "já havia uma sintonia antes do livro, mas a amizade se estreitou e vai permanecer". Para Iara, que lançou em outubro o livro "Milagreira" em Currais Novos, o quinteto escreve sobre temas em comum como "a feminilidade, o amor, a família".

À sombra de frondosas árvores, Adélia, Isabella, Letícia e Marina concederam a seguinte entrevista:

Como nem todas vocês se conheciam pessoalmente antes do livro, qual o elo que une vocês e os textos?

Adélia - Como a própria Marize escreveu na apresentação do livro: nos reconhecemos através dos poemas. Temas em comum, poesias de uma que continuava nos versas de outra.

Letícia - Foi tão mágico que no primeiro momento pensamos em intercalar as poesias, mas acabamos reunindo tudo individualmente para dar mais peso ao trabalho de cada uma.

E quais os principais temas recorrentes?

Adélia - Mulher, sentimentos femininos.

Isabella - As angústias, as descobertas.

Letícia - A tentativa de entender a vida, de dentro para fora. De sermos absolvidas de certa forma por nós mesmas. O ato de escrever traz à tona o que há de mais singular.

Há quanto tempo o livro começou a ser planejado?

Marina Rabelo - Comecei a ter contato com Marize depois que li um livro, sou fã dela, e começamos a trocar e-mails. Até que, em 2009, ela disse que pensava em lançar um livro com poetas novas. Começou daí. Já conhecia Adélia e a Isabella através da internet, dos blogs, e começamos a nos encontrar com Marize para alinhavar os detalhes. Iara entrou na sequência, indicada por Adélia, que também é de Currais Novos, e Letícia, que não conhecíamos, foi indicação da própria Marize.

São dez poemas da cada uma. Como foi a escolha?

Letícia - No nosso primeiro encontro cada uma levou mais de dez, todo mundo leu em conjunto. E Marize sempre pontuando aqui e ali.

Isabella - Todas demos sugestões: apontamos onde precisava cortar, melhorar, qual palavra se encaixava melhor em determinado verso.

Então foi uma seleção coletiva?

Isabella - Nesse primeiro encontro entregamos uma pasta pra Marize com as nossas poesias. Ela leu o material e disse que seria injusto mexer nos textos. E aí, como sabíamos que tinham algumas coisas para modificar, palavras que não soavam tão bem, marcamos um segundo encontro para lermos em voz alta todas as poesias - uma espécie de sarau particular. Cada uma acabou colaborando um pouco com a outra. Acabou virando uma melodia, um momento bem especial, único.

Notei que algumas de vocês não colocam título nos poemas. Foi uma escolha, um formato?

Letícia - No meu caso não é nada pré-definido, algumas poesias têm título outras não - coincidiu dessas dez que entraram no livro não terem. Não é um estilo, sempre varia de acordo com a poesia.

Isabella - No meu caso só percebi que não tinha título depois, aí pensei: e agora, como é que vai ser no índice.

Adélia - Marize disse que não tinha essa necessidade de ter um título, que era uma escolha nossa e que no índice poderia ficar só o início do primeiro verso.

Vocês escrevem há quanto tempo?

Marina - Eu tenho um blog (versosdelirios.blogspot.com) desde 2006, mas já escrevia antes.

Isabella - Eu escrevo desde 2005 (girassolnoturno.blogspot.com)

Adélia - Meu primeiro blog foi em 2002, e este que estou agora é o terceiro. Tive o "Estampada" e agora o "Em palavras" (adeliadanielli.blogspot.com).

Letícia - eu não tenho blog [risos], até hoje escrevo com papel e lápis. (Iara Carvalho pode ser encontrada no blog senhorinhadoespanto.blogspot.com)


fonte:
tribunadonorte.com.br/noticia/novas-tecelas-do-verso/204231

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