terça-feira, 31 de maio de 2011

A MORTE NA CONCEPÇÃO DA PROFESSORA, SOCORRO MELO - ARTIGO PARTE I


Recebi da autora por e-mail após diálogo sobre o assunto, no encontro do Ensino Médio, na E.E. Edgar Barbosa. Excelente artigo, posteriormente postarei detalhes sobre o assunto objeto de estudo da professora.



Maria do Socorro Nascimento de Mello é professora de Sociologia da rede pública estadual de ensino do RN e em fase de conclusão do Mestrado em Educação, no Programa de Pós-Graduação em Educação, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte










A Formação docente e a Educação para a Morte


Maria do Socorro Nascimento de Mello

publicado em 23/01/2008

RESUMO - A morte é uma realidade vista como um mistério incompreensível. É tratada sempre em tom solene, pesado e temeroso, como um absurdo inaceitável. Faz com que as sociedades contemporâneas se sintam amedrontadas em viver com seus ritos, ruídos, sons, silêncios e cheiros como nos tempos passados. Na Idade Média, por exemplo, a morte vinha acompanhada por cerimônias presididas pelo moribundo, que morria em seu lar, acompanhado por seus familiares e crianças, que, vivenciando a ruptura do mito angelical da infância, se deparavam com o reconhecimento da sua finitude biológica. Na sociedade ocidental contemporânea, percebe-se uma transformação da morte em tabu. Ocultam-na das crianças, banindo-a do cotidiano familiar, enclausurando-a principalmente em instituições hospitalares. Pesquisas recentes sinalizam a necessidade de uma educação para a morte nesse novo milênio e apontam a escola como lugar de reflexão sobre essa temática. Nesse ambiente, professores e alunos poderão interagir na discussão sobre a morte, manifestando suas dificuldades e questionamentos. Pais e professores, recebendo explicação e orientação de como explorar essa temática, poderão tratá-la com as crianças, com naturalidade, facilitando o seu entendimento. A relevância deste estudo concerne às nossas inquietações quanto à formação e o posicionamento de professores da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental em torno da temática debatida, bem como às inquietações em torno do tratamento dado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, documento que auxilia as práticas educacionais em nosso país. Para tanto, foram consultadas quatro professoras licenciadas em Pedagogia e que exercem suas funções, em uma escola pública da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte, situada na Zona Sul de Natal. Além disso, buscou-se analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais referentes às séries de ensino já citadas, na tentativa de identificar trechos que poderiam contemplar o assunto e orientar o seu tratamento em sala de aula.

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