quarta-feira, 26 de maio de 2010

CANTINHO DO POETA/TROVADOR ADEMAR MACEDO



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Rasgando o ventre da serra
num parto de luz e cor,
o sol vem brindar a terra
numa oferenda de amor!


(Domitilla Borges Beltrame/SP)


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Se cruzaram, nosso olhar,
e um milagre aconteceu;
no meu, o seu quis ficar
e o meu quis ficar no seu!


(Francisco Macedo/RN)


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2004 > ATRN-Natal/RN
Tema > TEATRO > 11º Lugar.
Quando o teatro freqüento,meus dias são mais risonhos:a ribalta é encantamento,caleidoscópio de sonhos...


(Wanda de Paula Mouthé/MG)


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NÓDOAS.

– Marize Castro/RN –

Declinoao mesmo tempoque o vento.

Empilho nódoas de sangue

e sonho diante de um perfil

exangue.

Todo rio tem sua margem.

Todo alguém tem seu par.

Recolho grãos de areia

sob o olhar ávido

das rochas que já não podem andar.




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Nos meus sonhos mais dispersos,
faço alguns versos bisonhos;
porque não sei fazer versos
na insensatez dos meus sonhos.


(Ademar Macedo/RN)


...E Suas Trovas Ficaram:


A saudade me amargura
profunda e constantemente...
se na saudade há doçura,
é na palavra, somente.


(José Firmo/PE)


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Vejo os meus cabelos brancos
Como a real conseqüência

Dum motor puxado aos trancos

Sob a carga da vivência.

A pele, outrora viçosa,

Hoje em dia já não goza

De tanta plasticidade.

Só leio em meus pergaminhos:

Minhas rugas são caminhos

Traçados pela saudade


.(Wellington Vicente/PE)


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AQUI MORAVA UM REI.

– Ariano Suassuna/PE –


Aqui morava um rei quando eu menino

vestia ouro e castanho no gibão,

pedra da sorte sobre meu Destino,

pulsava junto ao meu, seu coração.


Para mim, o seu cantar era Divino,

quando ao som da viola e do bordão,

cantava com voz rouca, o Desatino,

o Sangue, o riso e as mortes do Sertão.


Mas mataram meu pai.

Desde esse dia eu me vi, como cego sem meu guia

que se foi para o Sol, transfigurado.


Sua efígie me queima. Eu sou a presa

Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa

espada de Ouro em pasto ensanguentado.

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